domingo, 7 de novembro de 2010

Kelly é o cara 10

Nos meus vinte e tantos anos de surf não lembro de uma passagem tão significativa, tão carregada de emoção quanto esta, com os acontecimentos desta última semana.
Os acontecimentos: 
- a possibilidade de um décimo título para Kelly;
- uma etapa em um local diferente, o já consagrado The Search;
- a chocante e inesperada notícia do falecimento do mestre Andy Irons e a comoção que se desencadeou com esta morte prematura;
- a incerteza da continuidade da etapa em Porto Rico;
- os depoimentos emocionados dos amigos e companheiros de tour de Irons;
- a bateria decisiva contra Adriano de Souza;
- o 10o. título mundial de Slater;
- o título do evento.
Foto: ASP/Kirstin

Estes fatores todos somados deram um "têmpero" único, muito especial, para a conquista deste décimo título. Para mim, brasileiro com muito orgulho, um pouco mais de emoção porque Adriano de Souza esteve envolvido em tudo isto. No 5o. round do evento, nosso "mineirinho"  liderava a bateria e foi "vitimado" por um senhor ávido por conquistar mais um mundial, vitimado não no surf, mas na experiência, na garra (ou na marra).
Adriano declara em entrevista que seria muito bom encontrar Kelly novamente nas quartas-de-final.
Não deu outra, lá estavam os dois.
Impossível (esta é a palavra, porque "surpreendente" já não se encaixa mais depois de tantas façanhas), Kelly inaugurou a bateria mostrando a Adriano e a todos: "Eu já sou o único decacampeão mundial de surf". Adriano foi coadjuvante, mas quem não gostaria de ser em um momento desses?

Dever cumprido, Kelly as lágrimas dedica o título mundial ao maior rival que teve, mister Andy Irons, que nas palavras dele o ajudou a atingir o nível de performance máximo e, de quebra, o tornou mais humilde.

Agora me pergunto:  

E se Kelly Slater deixar o tour a partir de 2011? Não sei quanto a vocês, mas para mim ficará um vazio enorme, que nunca será preenchido, porque há espaços únicos, para pessoas únicas, que jamais poderão ser ocupados por outro, ficarão lá para sempre, um tributo, uma homenagem. Uma lenda!

E que venha o Pipemaster 2011, pois certamente será histórico.  Alguém dúvida?

Fabio SurfBrain

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Andy Irons, agora outras ondas

Andy Irons se foi!

Por coincidência, esta semana ouvi algumas histórias sobre as atividades dele no Havaí das quais nunca vou ter certeza sobre a veracidade, mas se assim o era, as dívidas a acertar lá em cima agora serão grandes. Nunca simpatizei com ele por causa de algumas de suas declarações e atitudes, principalmente sobre o Brasil. O irônico é que talvez ele tenha falecido devido a dengue hemorrágica, doença que já vitimou muitos brasileiros.

Bom, independente disto, o surf de Andy Irons era de encher os olhos de quem ama o esporte. Estilo bonito, manobras perfeitas, tubos insanos, aéreos freak. Acho que o único que deixava, em seu auge, o mestre Kelly Slater tenso antes dos confrontos.

Ficam para nós, meros surfistas mortais, os vídeos de suas performances alucinantes em Backdoor, Pipeline, J-Bay e muitos outros picos.

Breve e marcante passagem pelo nosso planeta, surfe.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Eu colocava a culpa na prancha - 2 - Episódio "Derek Hynd"

Simplesmente sensacional!

Derek Hynd em J-Bay!

Uma maneira desafiadora e totalmente diferente de surfar. Sem quilhas, ou com quase nada de quilha.

Veja o vídeo do link abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=ECqlbimpaUI

Eu colocava a culpa na prancha!

E eu ainda colocava a culpa das minhas performances na prancha!

O vídeo do link abaixo fala por si só...

http://www.surfingmagazine.com/surfing-photo-video/surfing-videos/flash/2010/stoked-and-broke/index.html


 Quero ver agora... o que eu vou falar!! hehehehe

Prancha Nova X Performance

Tenho visto há algum tempo alguns caras surfando com pranchas Surf Blue (antes Soft Blue) e fazendo boas performances, com destaque para nosso colega Rodrigo Peller, surfista amador aqui do litoral norte de SC.
As pranchas, do shaper Marcos Oliveira (apelido "Babão") de Florianópolis e atualmente radicado em Barra Velha, chamam a atenção dentro da água pela já comentada performance dos surfistas e também fora da água, devido ao design bonito, com ótimo outline, bordas e fundo (destaque para este).
Estava há tempos querendo testar uma delas.
Encomendei a minha: 6.0', 18 1/2, 2 5/16, com bastante dome deck.
Demorei umas três sessões para acertar mais ou menos a base da minha nova prancha Surf Blue, mas agora já está começando a ficar "no pé" e está funcionando muito bem!
A prancha é veloz, tem ótimo drive e permite que eu a coloque onde quero na onda! Uma característica ótima dela é que estou fazendo as manobras em menos espaço, principalmente de backside.

Fabio SurfBrain - Praia do Sol - 07-agosto-2010
Estou saindo da água satisfeito após cada sessão de surf, independente da condição do mar, coisa que não me acontecia com minha última prancha, também muito boa, mas cujas medidas não se acertaram para mim, fazendo com que ela funcionasse bem somente em alguns tipos de mar (ondas fortes ou ondas de linha).


Surf Blue 6.0 18 1/2  2/516 (parafina bem sujinha hein?)
Surf Blue 6.0 18 1/2 2/516
Não é sempre que se acerta uma prancha logo na primeira encomenda com um shaper!
Mas é importante frisar: é fundamental saber passar ao shape o que exatamente se deseja da prancha, com riqueza de detalhes sobre seu funcionamento dentro da água. O bom shaper transformará seus desejos em outline, curvas, fundo, espessura e bordas, desenvolvendo então uma boa prancha.
Particularmente, limito-me a dizer ao shaper como quero a espessura da rabeta, o caimento de bordas, edge e tamanho da prancha. O restante, largura do meio, flutuação, largura da rabeta, wide point, fundo, etc., deixo por conta do shaper.

É isso! Prancha nova, vida nova!

Obrigado Babão!

Fabio SurfBrain.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Quintal de Casa - Praia do Sol - Itajuba

Praia do Sol – Pedra da Teresa

(Itajuba – Barra Velha – Santa Catarina – Brasil)



Praia do Sol - Costão Pedras Negras
A Praia do Sol é uma praia de tombo, com fundo de areia inconstante, mutante. No costão das pedras negras houve um tempo em que havia uma direita de alta qualidade, porém esta onda vai e vem junto com a areia do fundo. De uns tempos para cá esta direita até voltou a quebrar mas deve sumir em um próximo ciclo, pois me parece que o fundo de areia da Praia do Sol muda em ciclos.

Bom, se tem um lugar onde sou realmente um local surfer, é a Praia do Sol. Durante muito tempo surfei sozinho em frente de casa, próximo a pedra da Teresa (Ainda descubro porque é a pedra da Teresa!). Foi mais ou menos entre 1990 e 1997/98. Claro, outros locais da praia também surfaram esporadicamente neste pico, mas acredito que nenhum com a mesma frequência que eu. Agora divido o line-up com dezenas de surfistas. Onde antes era mata de restinga, hoje é uma rua onde existe um posto Salva-Vidas. No verão já contei mais de quarenta carros (de surfistas, claro) estacionados neste point. Claro, com o crowd vieram alguns incomodos. Mas o local ainda é o paraíso para quem quer sossego dentro da água.

Aldo Piazera - Direita do costão
Alguns surfers do local, das antigas e de agora: Nico (do “Bar do Nico”), Aldo Piazera, Rafael Piazera, Doca, Minhoca, Jamesson Hansen, Jean Hansen, Jeferson “Finho” Hansen, Marcelo Vanzuíta, Fabiano Vanzuíta, Adriano, Déio, Paulo, Lukinha, Wiliam, Duca, Duco, Kadu, Alex, Fernando, Marcelo Carvalho, Cássio Trapp, Junior Trapp, Marcelo Rosa, Alisson, etc. etc. etc.

Galera, não conheço o nome daqueles que tem menos de trinta anos. Vocês são muitos!! Rsrsrs

Christian Frölich - em frente ao posto Salva Vidas
Por ter o acesso muito simples, próximo a BR-101, a praia é muito procurada para os "bate-e-voltas" do pessoal de Joinville, Jaraguá do Sul e planalto norte.

Não temos as melhores ondas da região, mas...
É isso: Nada como o quintal de casa!


segunda-feira, 28 de junho de 2010

Bastidores 3a. Etapa WCT 2010

Salve Jadson André!
Este grande garoto, moleque, aprontou das suas em Imbituba.
Para os que estavam lá presentes, a cada onda surfada era reforçada a certeza de que o garoto estava inspirado e iria longe no campeonato.
Meu amigo Sérgio Ramos (o Serginho da Barra do Sul) já vinha dizendo há algum tempo que as notas dele só não eram maiores devido ao vício de ficar batendo o fundo da prancha, talvez adquirido nas ondas de sua terra natal. No blog "Goiabada", Julio Adler fez a mesma observação.
Mas os seus aéreos reverses infernizaram os adversários! Não teve pra ninguém, nem mesmo para o Kelly "ET" Slater.
Pois então, era justamente sobre esta lenda que eu queria escrever...
Meu outro amigo, Kley da equipe Salva-Surf, estava trabalhando nas fases finais do campeonato, resgatando e recolocando os atletas no outside com o jet ski, como vem fazendo há anos no WCT Brasil.
Kley me falou que o mar estava muito bonito durante o campeonato, inclusive no último dia. Muito visual para ser admirado, para curtir. A cor da água, a formação das ondas, o vento batendo no lip das ondas, o sol.
Após a semifinal entre Kelly Slater e Owen Wright, vencida por Slater, Kley me relatou que ficou no canal admirando o visual do mar, das ondas, relaxando e curtindo um momento único vendo Kelly Slater surfar sozinho algumas ondas, sem ter saído da água após o término da bateria.
Mas como?
Ele acabara de vencer a semifinal e dentro de alguns minutos teria que retornar para a água para competir contra Jadson André na final. O que ele estava fazendo ali ainda? Porque não saiu da água para descansar, se reidratar e concentrar-se para a bateria final?
Pois é aí que está o detalhe da lenda: correu nos bastidores o boato de que KS9 havia percebido que Jadson André estava tirando proveito do vento que era de quadrante sul e batia na "cara" das esquerdas da Vila, facilitando a execução da sua arma fatal, o aéreo reverse. Slater então sábia e friamente ficou na água surfando após a semifinal para ganhar tempo, pois havia analisado a previsão do tempo e sabia que o vento poderia mudar a qualquer momento, tirando de Jadson André esta vantagem.
Ficando na água, Slater ganhou uns vinte minutos e após sair, requisitou seus trinta minutos de descanso antes do início da final, totalizando quase uma hora entre a semi e a final.
Não é por acaso que ele é nove vezes campeão mundial. Quando se trata de competir, todas as armas valem!
Há ainda um outro relato: parece que ele andou por Itapirubá ou Ibiraquera, não sei ao certo, surfando sem quilhas e mandando aéreos girando, provavelmente treinando para combater Jadson André.
É caríssima lenda extraterreste do surf terráqueo: Desta vez não adiantou!

Novamente, "Salve Jadson André"!

Fábio SurfBrain.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Grande Neco

Já li muitas vezes na mídia especializada em surf comentários sobre a personalidade de Neco Padaratz. Reservado, arredio (foge da imprensa), determinado, pura emoção, pura explosão, etc. Lembro de ter lido até um comentário em que o autor sugeria que ele se tornasse um eremita (se minha memória não me engana) dada a aversão ao convívio social e assédio das pessoas. Imediatamente não concordei!E não concordei sabe porque? Porque não consigo acreditar que ele possa ser realmente assim, mesmo sem conhecê-lo pessoalmente, porém tendo tido um único contato com ele quando ainda era um adolescente e já promessa do surf brasileiro e mundial.
Quem não lembra da história do incidente em Teahupoo! Discordem ou não, tem que ter muita personalidade e tem que ser cascudo para assumir que ficou um certo trauma com a experiência. E os constantes problemas de coluna. Faz tempo que isto o incomoda e eu, por experiência própria, posso dizer que isto encerraria a carreira de muitos outros surfistas por aí. A mudança física (postura corporal, fortalecimento muscular, consciência do corpo e movimentos, consciência dos limites do corpo) é tão difícil, quase como aprender a andar novamente, correr, movimentar-se e até dormir e então o cara tem que ter muita vontade para realizar isto e continuar sua vida de atleta. Qualquer ortopedista ou fisioterapeuta pode confirmar o que estou escrevendo.

Bom, mas o que eu realmente queria era descrever como foi este contato com o garoto Neco Padaratz...
Era 1993, eu estava na Prainha em São Francisco do Sul acompanhando uma então etapa do campeonato catarinense de surf amador (eu acho que era isso). Depois de um bom surf na Praia Grande e de ter acompanhado algumas baterias, nos bateu a fome, em mim e na minha filha que tinha então quase três anos de idade.
Estavam na praia os irmãos "Tortinha" ou Ciampolini, bem conhecidos aqui em Santa Catarina. Naquela época eles competiam, se bem me lembro, e também tinham sua famosa Kombi lanchonete, onde vendiam tudo que precisávamos para um bom lanche. Bem, peguei minha filhotinha Naianne (Meu Deus! Ela fará vinte anos em 2010) e fomos até a dita Kombi. Devo ter comprado um sanduíche e um suco, ou algo do gênero. Estávamos ali matando a fome e chega o Neco Padaratz, um moleque. Comprou ali com os "Tortinhas" o seu lanche e, ainda de boca cheia veio brincar com a Naianne. Mas não veio simplesmente brincar com ela, ele havia comprado alguma guloseima (realmente não lembro o que era) especialmente para dar a ela. Foi muito simpático, perguntou a idade dela, o nome, perguntou se podia dar a guloseima a ela, conversou com ela, passou-lhe a mão nos cabelos despediu-se e saiu!
Como pode alguém com esta personalidade pode ser o que muitos falam por aí? Não acredito! Apenas acho que há pessoas que não são compreendidas e por isto mesmo não são respeitadas.
Neco, você já fez seu nome na história do surf brasileiro e mundial. Conquistou uma multidão de admiradores. O que vier é lucro! E que venha o melhor!
Observação:
Se me permite: larga estas rasgadas chutando a rabeta e usa esse mesmo power para desenhar o cutback e bater na espuma com "raiva" e a próxima sessão estará esperando você para um batidão reto no pocket da onda. Se me permite novamente: acho que suas pranchas (quem me dera tê-las) estão limitando seu surf. Você vai ver que os juízes vão dar mais nota para você.

Grande Neco!

quinta-feira, 18 de março de 2010

Swell na ROTA do VÍRUS



Tornado (tromba d'água) em Itajuba dia 07/março/2010.

Feriadão devido ao aniversário de Joinville na terça-feira 9/março, o swell entrou com tamanho e pressão devido a um ciclone extratropical. A predominância de ondulação do quadrante leste (leste/sudeste) com bom tamanho e período já a partir da sexta-feira dia 5 fez todo o litoral norte de Santa Catarina quebrar, com alguns picos oferecendo ótimas condições já a partir do sábado, dia 6/março.
No sábado surfei um secret com boas esquerdas de até um metro e algumas direitas ocasionais. No domingo, surfei no "quintal de casa" na Praia do Sol - Itajuba - Barra Velha. Boas ondas, tempo instável alternando sol, ventos e chuva durante a manhã. Espetáculo da natureza que proporcionou duas trombas d'água ao mesmo tempo, uma delas praticamente em frente a minha rua. Mas o melhor nos esperava para a segunda e terça-feira, com a intensificação do swell e a expectativa de quebrar alguns picos ótimos que funcionam somente nesta condição.

Mas na rota do swell estava o rotavírus!

Você já ouviu falar? Senão ouviu, que bom! Quer dizer que você talvez nunca o tenha contraído!Este é um serzinho sem vergonha que invade seu organismo provocando um mal estar gastrointestinal tremendo, febre e desidratação e consequente debilidade física.

Resultado: não aproveitei o swell e ainda fiquei dois dias de "molho", descanso, dieta e medicação.

O swell? O vírus levou!

Se meu amigo Volnei ainda estivesse entre nós ele prontamente diria:

"Barrão! Tá com dor de barriga porque o mar cresceu!" e cairia na gargalhada.

É Volnei! Impossível não lembrar de você nesta ocasião, pois em uma condição parecida pegamos altas no mesmo secret para onde eu planejava ir!

Mas isto é assunto para uma outra história!


Namastê!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Tipos de Surfistas (Versão "Acessórios")

Parafina, cordinha, capa, lycra, roupa de borracha, raspador, são os acessórios que utilizamos no surf.Mas tem surfista que poderia ser como tais acessórios. Veja se você consegue reconhecer alguém assim:

Surfista Cordinha (ou leash): É aquele surfista amigo. Está com você dentro da água e também fora dela. É leash porque já te salvou de algumas roubadas!
Surfista Parafina: O cara é um grude!! Um chiclete! É só você chegar no pico, lá vem o cara pro seu lado!! Todo pico tem um!
Surfista Raspador: É aquele que serve pra dar uma raspada no surfista Parafina. Chega junto e te livra do pentelho!
Surfista Capa: Já que mala não é acessório no surf, vai a capa mesmo!! Sabe quando a capa gruda na parafina da prancha? Então, é como o cara, um inconveniente!! É o mala! Acha que pega todas, conhece todos os picos, pegou sempre o melhor mar no dia anterior e por aí vai!! Um mala, ou melhor, capa!!
Surfista roupa de borracha: O cara te atrapalha, limita o teu espaço e movimentos, te incomoda, te cansa, mas você não vive sem ele! Acha que vive? Não se engane, um dia você vai precisar! Daí é bom já estar acostumado!
Surfista lycra: Não chega a ser como o cordinha, mas também te safa de determinados incomodos!! Ainda mais em tempos de buraco na camada de ozônio!! Poderia ser por exemplo aquele xerifão do pico que livrou tua cara quando os locais já tavam prontos para dar um "pau" em você!
Surfista protetor de bico: tá sempre no bico do pranchão. Só sabe fazer duas manobras: hang five e hang ten! Como só faz isso, é melhor não ficar na frente dele, porque ele não vai conseguir desviar!
Surfista quilha: Você nunca quer ir de encontro a ele!! É o mais marrento do pico. Já bateu até na mãe!
Surfista "Silver Tape": Já que só tem você, serve você mesmo!! O Cordinha foi pro interior hoje. Na falta de outra opção, pelo menos o "Silver Tape" garantiu o teu bate-e-volta pro surf!!!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Surf no Quintal de Casa

Surf no quintal de casa
Aquele ditado "A grama no quintal do vizinho é sempre mais verde!" pode até ser verdade em relação ao surf, pois a praia ou o pico ao lado pode oferecer melhores ondas, porém não há nada como surfar no "quintal de casa".
Você conhece a onda como somente um local conhece.
A ondulação levanta no outside e você já sabe onde e como ela vai quebrar. Conhece todos no pico.
Respeita e é respeitado.
Se diverte e divide as ondas com os amigos de longos anos de surf.
Amigos desde que era moleque. Os moleques te respeitam e em alguns casos, admiram.
No seu pico você é capaz de saber exatamente como o mar ficará quando mudar a maré, o vento, a direção da ondulação, o período da ondulação. Sai da água, toma uma ducha no posto de salva-vidas e caminha até em casa. O carro ficou na garagem, pois não é necessário tirá-lo de lá até o momento de voltar para a cidade.
Mesmo que você já tenha morado próximo a outro bom point, onde devido as cirscunstâncias e proximidade, você surfou muitas ondas boas, melhores que a do seu pico, você vive ansioso para ter a oportunidade de pegar umas ondas na sua praia.
Talvez este sentimento é que deveria ser traduzido na palavra "localismo". Este bem estar de ser local, de sentir-se em casa e a vontade, no lugar onde você tem uma história, junto a família, amigos, vizinhos.
Hoje, com a expansão do surf no Brasil, há muitos surfistas que não tem um pico onde podem se dizer locais.
Sorte daqueles que podem se chamar "locais"!

Respeito, segredo da paz!