segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O Futuro Inevitável

Estamos condenados!
Não há retorno, o caminho já está trilhado.
Resta-nos fazer algo para amenizar o problema iminente, diria até, já existente. Do que falamos?Do crescente número de surfistas que invadem o outside e o inside disputando ondas, que normalmente já são poucas, na unha e no dente, no berro e muitas e muitas vezes no desrespeito. Não há como reverter o processo no que diz respeito ao grande número de novos adeptos do surf que surgem ano após ano.
A mídia (revistas especializadas, tv, jornais, rádio, etc.) está dando a sua grande contribuição em um processo que podemos dizer que é natural. As escolas de surfe, que são todas bem intencionadas, também contribuem para este fenômeno. A indústria de equipamentos e moda, faz a sua parte.
Voltamos a afirmar: tudo isto é muito natural!
Então, olhamos para o futuro próximo e vislumbramos um outside que mais parece uma arena romana, com seus gladiadores em suas armaduras de neoprene e ou, tactel e lycra. Quando na areia, empunham suas pranchas(ou seriam armas) e suas caras de mal querendo amedrontar o inimigo. Quando na água, dropam suas ondas cada vez mais no crítico, porque não querem perder a preferência. Incontentes com as ondas que já surfaram, entram nas ondas de seus "inimigos" e estes, gritam ameaçadoramente. Quando caras e berros não surtem efeito, utilizam a força bruta, verdadeiros animais, para mostrar quem é o mais forte, como irracionais disputando a única, ou as poucas fêmeas do grupo. Sim, somos irracionais! Porque nos achamos no direito de usufruir sozinhos das ondas do "quintal de nossa casa", esquecendo que a praia é pública. Agimos como os cães, como os leões ou, como os macacos. Temos nosso território e todos os invasores serão expulsos, porque não são bem vindos. É, é exatamente isto que fazem os irracionais. Mas eles, querem proteger seu alimento, suas fêmeas e suas ninhadas. Nós, queremos proteger nosso direito a diversão.
Mas vejam: Há uma luz no fim do túnel! Temos que conscientizar a todos que a energia hoje aplicada nos atos impensados de localismo extremo pode ser redirecionada em ações mais construtivas, que garantirão um futuro com crowd amistoso e ondas para todos. Esta energia deve ser revertida hoje mesmo em educação e respeito. Devemos ensinar seja nas escolinhas de surfe, aos nossos filhos, aos nossos vizinhos, aos nossos amigos que o respeito é ponto fundamental no surfe. Que existem ondas para todos. Que a praia é nosso segundo lar. Que o surfe tem como espírito e princípio a diversão, a amizade, o companheirismo, a satisfação, a admiração.Temos que aprender a ter prazer em ver alguém surfar a rainha da série, seja fazendo uma linha base-lip, seja simplesmente cortando a onda. Desta vez não somos nós na rainha, mas teremos a nossa. Temos que mostrar que no surfe não existe lugar para o egoísmo.O homem é o único habitante do planeta que possui a capacidade de mudar o seu destino, de se adaptar ao meio, de evoluir conscientemente.
É uma certeza: nós surfistas que queremos agora e para o futuro a harmonia dentro do mar somos em número muito maior que aqueles que desejam degladiar-se.
Fica então o desafio: será que unidos não conseguimos converter esta minoria para o nosso lado?

Aloha!

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